
Ao aproximar-se aquilo que comummente a sociedade chama de “dia dos namorados”, gostávamos de vos trazer algumas reflexões sobre o significado do Amor. A doula da morte Alua Arthur, refere que enquanto muitos estão focados em chocolates, rosas e jantares à luz de velas (espero que não apenas porque nossa sociedade capitalista diz para se fazer isso, o que infelizmente se tornou uma norma normotica, sem significado maioritariamente), as nossas reflexões voltam-se para um tipo diferente de Amor. Um que reserva espaço para a tristeza, a incerteza, os profundos desafios que enfrentamos individualmente e coletivamente.
Stephen Jenkinson diz, “Your dying is your life. Numa cultura que diz não ao medo da transformação, que não credita em fins, como é que se acompanham e escutam os “corações partidos”. Como é que acompanhamos e amamos os processos de transformação a que todos os seres humanos estão sujeitos como fazendo parte da vida? Jenkinson diz que, infelizmente: através de menos coração” Colocamos menos coração em tudo o que fazemos e, logo nas nossas relações. Amamos à superfície quando o amor nos pede mergulhos. Daí o aumento dos antidepressivos, de queremos adormecer as emoções, de tantas distrações e compulsões. Porque é que morrer não deveria “partir o nosso coração?” A fobia da morte, a sua recusa, é dizer não à própria vida. É trair a própria vida.
Quando amamos a experiência da perda acompanha sempre. Uma anda aliada com a outra. Não para vivermos menos, mas para vivermos mais profundamente em relação e com significado.
“Amar é abrir-se para a experiência da solidão, porque todo o amor faz as suas despedidas.”
“Qualquer um pode amar uma rosa mas é preciso um grande coração para incluir os espinhos.”
“Histórias de amor podem acabar mas o Amar não acaba.”
Clarice Lispector
Comments