COMUNIDADE FORMATIVA - DESENVOLVIMENTO PESSOAL
Código de Conduta
É destinado a todas as doulas da comunidade de doulas do fim da vida, de forma a terem uma orientação de comportamento adequada na sua prática profissional, seja ela remunerada ou em regime de voluntariado.
Trata-se de um conjunto de normas de comportamento, cuja prática, não só é recomendável, como deve servir de orientação nos diferentes aspetos da relação humana.
São referência às normas que resultem diretamente da aplicação de princípios éticos fundamentais, como o princípio da beneficência, da não-maleficência, da autonomia e da justiça.

Direitos das Doulas
A Doula tem o direito de escolher se deseja ou não acompanhar essa(s) pessoa(s) em situações que não respeitem as suas convicções e código de conduta aqui mencionado;
A Doula poderá negar-se a acompanhar alguém, que esteja com descontrolo sintomático, e sem assistência médica e/ou de enfermagem;
Acesso a sessões de supervisão, formação contínua (gratuita ou a preços especiais) e a acompanhamento presencial, telefónico ou via internet sempre que necessário;
Liberdade de recusar fazer algo que seja contra a sua consciência, os seus princípios ou valores;
Expressar a sua opinião à Comunidade de Doulas do Fim da Vida sempre que se justifique.

Responsabilidades &
Deveres da Doula do Fim da Vida
A Doula deve respeitar os seus colegas, o seu trabalho e individualidade. O curso de doulas é, também, e principalmente, um curso de autoconsciência e auto-escuta. A Doula deve estabelecer um compromisso de responsabilidade de crescimento pessoal e auto-observação diário. Todos os condicionamentos, preconceitos, juízos de valor, julgamentos que ainda possam fazer parte de si devem ser observados para que possam ser progressivamente desvanecidos. Este também é um compromisso para a sua vida pessoal.
A Doula tem a obrigação em dar informações verdadeiras e honestas sobre as suas competências, formação e experiência. Em caso de doulas que são também profissionais de saúde ou de outras profissões deve ficar claro que competências são das de doula e as que são originárias de outras profissões.
A Doula do fim da vida não deverá em caso algum ser desonesta em relação às suas competências e aprendizagens através dos meios de publicidade que tem ao seu dispor (sites pessoais ou institucionais, folhetos, cartões de apresentação, e-mails, entrevistas, etc.)
A Doula não efetua quaisquer atos médicos, nem realiza diagnósticos ou dá conselhos médicos, mesmo que seja profissional de saúde ou de outra área. Deverá distinguir os saberes e como os usar em cada situação. Mas deverá ter noções claras de fisiologia do fim da vida, saber reconhecer situações claras de desconforto e sofrimento físico, emocional e existencial, situações de emergência e saber relatá-las, dentro das suas competências, às equipas médicas ou de emergência.
A Doula deve facilitar sempre informação baseada em evidências científicas, de forma a promover a escolha informada e consciente. Nunca deverá a Doula "orientar" ou "convencer" alguém a escolher opções que na verdade não se ajustem às vivências e desejos destes.
A Doula deverá deixar claro desde o início as condições e custos do seu serviço. Cada Doula é responsável pelo serviço que presta e os custos do mesmo. Existem valores recomendados pela Comunidade mas cada Doula poderá ou não segui-los.
A Doula deverá encaminhar quem acompanha para outros profissionais se por algum motivo compreender que a situação que está a viver estiver para além das suas competências ou requerer cuidados que ultrapassem a sua área de trabalho.
No caso de a Doula não poder cumprir os seus serviços esta deverá apresentar uma alternativa (Doula de back up) cujos serviços sejam idênticos e os custos sejam ou idênticos ou inferiores.
Colaborar ativamente na promoção do trabalho da Doula, de diferentes formas, e sempre de forma consciente e positiva. Nunca denegrindo o trabalho de outros profissionais e colegas.
Qualquer reclamação deverá ser dirigida à Fundadora da Comunidade de Doulas do Fim da Vida (ana.doulavidamorte@gmail.com) . As doulas que pertencem a esta rede são também responsáveis pela comunicação e imagem da sua comunidade e não exclusivamente de si próprias. É importante que todas as situações menos simpáticas sejam reportadas.
Ter o compromisso para manter em constante reciclagem os conhecimentos, manter-se em aprendizagem e formação, seja académica como pessoal. Manter um sentido crítico permanente que lhe permita questionar o que vê, ouve e sente, para continuar a aprender e a crescer como pessoas e doula.
Participar nas sessões de Supervisão e solicitar ajuda sempre que se confronte com desafios com os quais tem dificuldade em lidar.
É recomendado que a Doula faça um registo semanal e mensal dos encontros com a pessoa que acompanha, para organização pessoal e organização da Comunidade de Doulas, para estudos futuros.
A Doula do fim da vida compromete-se a aprofundar e a conectar-se com os seus ciclos da vida, os seus lutos, os seus processos de transição, os seus ritos de passagem e a viver uma vida mais consciente. Compromete-se a re-ligar-se com os ciclos da Natureza, todos os dias da sua vida, em gratidão pela oportunidade de estar vivo.
A Doula do fim da vida compromete-se a conectar-se com o sagrado da vida e a ser guardiã do espaço sagrado em todas as vidas que acompanha.
Respeitar todos os documentos fornecidos durante o curso de doulas de fim de vida, como propriedade intelectual das formadoras e organizadoras do mesmo, não fornecendo a outras pessoas, fora do âmbito da comunidade, sem a explícita permissão dos seus autores.
Participar nas sessões regulares de supervisão em grupo, e individuais sempre que seja solicitado.

Deveres da Comunidade para com as Doulas do Fim da Vida
A Comunidade de Doulas do Fim da Vida compromete-se a apoiar, sem julgamento e com compaixão, o processo de crescimento pessoal de cada um dos seus membros.
Responder atempadamente a todas as reclamações que sejam submetidas à comunidade, prestando o devido suporte não julgador e com o compromisso de crescimento e aprendizagem.
Trabalhar para o desenvolvimento e divulgação do trabalho das Doulas do fim de vida.
Proporcionar formação contínua.
Assegurar sessões regulares de supervisão em grupo, e individuais sempre que seja solicitado.
