As Oscilações emocionais Naturais do nosso Sistema Nervoso
A variabilidade, flexibilidade, é o marcador do equilíbrio entre o sistema nervoso simpático e o parassimpático. Uma linha reta, num sistema nervoso que socialmente e normoticamente se quer sempre calmo e tranquilo, é sinal de morte em vida. É sinal de congelamento, dissociação, afastamento do movimento natural da vida. É doença. É depressão.
O coração contrai e relaxa entre a sístole e a diástole.
O pulmão permite que o corpo respire entre inspirações e expirações.
Tudo na vida pulsa entre contrações e descanso. Entre a necessidade de aproximação e afastamento.
Entre a noite e o dia. O nascer e o pôr do sol.
Abraçar e ser "placenta continente para a criação de ambientes seguros, ser habilitado a fazer travessias por entre territórios de desesperança, medo, lutos, ansiedade, e todos os convites que a vida nos trás, sustentando estas travessias com a nossa presença", citando Cecília Lauriano, é aprender a Ser o movimento natural da vida.
Um sistema nervoso saudável vive entre contração e relaxamento. Não está sempre calmo e zen, como nos querem incutir.
"O avanço das neurociências trouxe um florescimento para as diversas psicoterapias do mundo, e, cada vez mais, vai ficando claro que o processo de traumatização não pode ser definido pelo evento vivido, mas pela forma como foi vivido, o que implica descobrir se o trauma foi processado ou não pelo organismo do indivíduo que o viveu, tornando o processo de traumatização pessoal, singular e diretamente ligado à quantidade de recursos e resiliência disponíveis ao indivíduo diante dos seus desafios."
Quando mais flexível for o nosso sistema nervoso maior é a sua capacidade de estar no fluxo da vida. Sustentando os outonos e invernos.
O processo de "destraumatização permite libertar o corpo dos resíduos de experiências presas, que se tornam responsáveis pelos diversos desfechos dolorosos de traumas não curados na nossa saúde e no nosso funcionamento." Permite que o corpo volte ao "rio e ritmo da vida."
Como habitas o teu corpo? Como dialogas com ele? Consegues ouvir a sua voz? Como abraças o seu espaço? Como o cuidas?
Para podermos acompanhar e estar em relações nutritivas, com amor e compaixão, primeiro é fundamental aprendermos a caminhar no nosso corpo.
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