Num podcast que Gabor Maté (médico, especialista em trauma e que trabalhou em Cuidados Paliativos) faz com Dr. Rangan Chatterjee - "We Learn It Too Late" - 5 Regrets Trapping People From a Life of Purpose & Meaning (https://www.youtube.com/watch?v=QMdkgpCvZws), eles falam sobre os 5 maiores arrependimentos das pessoas no final da vida que a escritora e compositora australiana Bronnie Ware compilou num livro. Ela compartilhou as principais histórias e experiências de pessoas que acompanhou no seu fim de vida.
Os 5 principais arrependimentos:
Eu gostaria de ter tido a coragem de viver uma vida fiel a mim mesmo, e não a vida que os outros esperavam de mim;
Eu gostaria de não ter trabalhado tanto;
Eu gostaria de ter tido a coragem de expressar os meus sentimentos;
Eu gostaria de ter mantido contato com os meus amigos;
Eu gostaria de me ter permitido a ser mais feliz.
Gabor Maté fala destes testemunhos chamando a atenção para as expressões que as pessoas usam. "Eu deveria/ eu gostaria de", e faz a ponte com o trauma / traumatização. Refere que muitas pessoas desenvolvem doenças crónicas e auto-imunes porque reprimem as suas emoções e não manifestam o que sentem por vergonha, medo, etc...e isto tem consequências no sistema imunitário e sistema nervoso. Quando dizem eu “deveria/gostaria de ter tido a coragem” é um Auto-julgamento como se fosse uma questão de coragem...mas não é. Fomos programados. Fomos ensinados a ser de determinada forma. E o que chamamos de “coragem” no fundo é uma marca traumática, uma adaptação ao ambiente onde crescemos por necessidade de sobrevivência.
Algures na nossa vida aprendemos que não podíamos ser nós próprios.
"Alguma coisa aconteceu na minha vida que eu abdiquei da minha essência e expressão emocional para poder ser aceite e isto teve um preço na minha saúde emocional, física, espiritual."
Somos um arco-íris de emoções. Todas fazem parte.
As redes sociais induzem-nos, muitas vezes, a acreditar que todos estão sempre felizes e contentes, com um sorriso nos lábios. A alegria é apenas uma das mil emoções que podemos sentir. E seria uma falácia se fosse a única. Nunca sabemos o que está por trás de um sorriso.
Um dia pode conter todo o espectro emocional. E a variabilidade e oscilações do nosso sistema nervoso são sinal que somos humanos, que estamos vivos e em relação.
O que suprimes sobre ti mesmo?
O que diz o teu corpo sobre isso?
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